SER PAI
NOS DIAS DE HOJE
A cada dia que passa nos deparamos com novas descobertas e
conquistas. Mas também surgem coisas que nos inquietam e preocupam. Por
exemplo, a violência que cresce de forma assustadora; as drogas e as
prostituições que buscam atingir nossas crianças e jovens. Além de tudo ainda é
comum nos depararmos com famílias cada vez mais desestruturadas. Tudo assusta e
muitas vezes temos a sensação de que não existem mais soluções, que a melhor
coisa a fazer-se é ignorar e ficar isolado em si mesmo. Sabemos que isto não
resolve, mas apenas piora a situação que nos tornará pessoas infelizes e
fracassadas.
Diante da realidade que vivemos neste século XXI, sabemos que
não é nada fácil para os adultos e então imaginemos para as nossas crianças e
jovens que estão começando suas vidas. Será que eles terão estrutura suficiente
para organizar suas vidas conforme a realidade atual? Será que eles terão
sucessos em seus planos e projetos? O que podemos esperar do amanhã? Acredito
que aí entra de forma indispensável à importância da família, de forma especial
do pai.
Sou casado e pai de três filhos. Trabalho diretamente com
crianças e jovens. Diante de tudo que observo e vejo, fico refletindo,
especialmente quando estou com os meus filhos, o que é ser pai nos dias de
hoje? Que tipo de pai devo ser? Como meus filhos gostariam que eu fosse? Quais
minhas funções básicas e vitais para que meus filhos possam viver bem e estarem
assim preparados para enfrentar a vida? Qual minha importância na vida deles?
Numa sociedade preconceituosa e capitalista como posso ser diferente para o bem
dos meus filhos?
Olhando para o passado, vemos que a função do pai sempre foi
prover o básico e necessário para a sobrevivência dos filhos. Essas
necessidades se limitavam a dar comida, roupa e moradia, até que o filho
pudesse estar estruturado para casar-se e formar uma nova família. Tudo se
passou de gerações a gerações. Será que hoje ainda continua a mesma coisa?
Acredito que sim, mas com algumas exigências a mais, que nos estão sendo
impostas pela sociedade do século XXI. Alguém me disse certa vez que “ser pai
hoje é ser palhaço”. Fiquei refletindo e cheguei a uma conclusão: Essa frase
tem duplo sentido e ambos podem descrever bem o ser pai. Primeiro quando diz
que é ser palhaço, nos leva a refletir a função de um palhaço. O palhaço leva
alegria, conforto e distração. Será que também esta não é uma função de um bom
pai? Será que nossos filhos querem um pai ditador e sério? Antigamente isto
parecia ser requisito básico. E segundo, o palhaço sabe o que faz e o que vai
fazer. O palhaço é criativo e adapta-se facilmente a realidade onde está. Será
que isto também não seria necessário ao bom pai? O palhaço sabe cativar as
crianças e os jovens de forma especial! Será que os pais dos dias de hoje sabem
cativar seus filhos?
Ainda cabe-nos lembrar que ser pai não é apenas dar dinheiro aos
filhos ou moto para divertirem-se. Ser pai nos dias de hoje é muito difícil.
Não falo de conceber uma criança, pois isto todo homem é capaz mediante uma
relação. O que é difícil para nós homem deste século é estarmos juntos de
nossos filhos, estabelecendo um bom relacionamento familiar e social, e
prepará-los para a vida futura, adaptando-se a realidade. Ser pai nos dias de
hoje, acredito que seja saber conviver com as diferenças existentes entre as
faixas etárias no relacionamento de pai e filho, e também saber conviver com as
exigências básicas que a sociedade capitalista nos impõe, não fugindo jamais da
realidade e do contexto, sem perder o limite e a autoridade. Sendo como o
palhaço que sabe respeitar, é respeitado e sempre é ouvido e admirado por todos,
levando paz e alegria os que mais precisam e são a razão de nosso viver, os
nossos filhos.
Deus, obrigado pela honra de ser um pai feliz! Abençoa a todos os pais!
Sebastião S. P. Froes
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